Mulher, uma verdadeira revolução!!!

No mundo atual, o sentido do ser mulher e do assumir sua missão está totalmente desorientado. Ultrapassando todos os fatos históricos de desprezo, destrato, até o cume da revolução feminista enfim, surge como uma necessidade emergencial que cada mulher hoje reflita sobre quem é e qual papel deve assumir no mundo.

Na mensagem do Concílio Vaticano II às mulheres em 1965, encontramos a deixa: “A hora vem, é chegada a hora em que a vocação da mulher se realiza em plenitude, a hora em que a mulher adquire na cidade uma influência, um brilho, um poder jamais atingidos até agora. Isto é porque, neste momento em que a humanidade conhece uma mudança tão profunda, as mulheres impregnadas do espírito do Evangelho podem ajudar muito a humanidade a não decair.”

É interessante como a Igreja, regida pelo Espírito Santo, convoca as mulheres numa fase tão crítica (década de 60) a assumirem com propriedade sua identidade. O movimento feminista, hoje incrustado nos valores de nossa sociedade, que repercute numa desestruturação familiar evidente e, até mesmo, no comportamento do homem atual, precisa ser repensado, não como um movimento, mas cabe a cada mulher olhar para si e identificar, de fato, a angústia que existe em retomar sua dignidade, sua vocação.

Para isso, o olhar deve pairar de imediato no maravilhoso projeto de Deus. Nele está nossa verdadeira felicidade, nele está contido o sentido da nossa existência. Cabe, então, pautados pelas Sagradas Escrituras, reencontrar dentro do relato da Criação a vocação do ser mulher: “Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (Gn 1, 27).Nisso podemos já afirmar que a dignidade do homem e da mulher não se distingue, mas que ambos são diferentes para que juntos constituam a unidade fundamental do ser humano e para que também possam ter o “domínio” de todas as criaturas do mundo visível (1).

Jo Croissant, refletindo sobre a criação da mulher, diz: “Mas quando Deus quis criar a mulher, fez cair sobre Adão um sono misterioso, agindo sem seu conhecimento, deixando-o face ao mistério deste ser que passou a existir, enquanto ele dormia. O homem não a dominará como domina os animais, pois ficará sempre diante do mistério. Do peito de Adão brotou um grito de admiração. Ele a reconheceu e se reconheceu nela e esse encontro é uma plenitude. Suscitando sua admiração, a mulher desempenha um papel significativo: diante dela, que lhe é ao mesmo tempo semelhante e diferente, o homem reconhece a sua própria identidade” (2).

Eis aqui a preocupação essencial: como o homem poderá reconhecer e reconhecer-se enquanto as mulheres lutam contra sua própria identidade? É preciso que cada mulher busque, redescubra, reencontre o seu ser mulher, e arranque de vez toda a deturpação sofrida ao longo dos anos pelas transformações sócio-político-culturais que, ao invés de nos levar à descoberta do nosso papel real, têm levado tantos a um abismo de angústias, incapazes de olhar a sua própria verdade.
Em meio à conturbação do mundo, a mulher precisa retomar por primeiro que é filha do Pai. É com essa relação de saber-se constantemente sob o olhar de Deus Pai que conseguimos nos reconciliar com nos mesmas, assumindo nosso lugar com maturidade o suficiente para expormos o que há de melhor, sendo sinais dos valores essenciais ao mundo. Redescobrirmos o ser esposa como aquela que é a ajuda necessária, aquela que primeiro compreende os mistérios, aquela que organiza e dá suporte na missão do homem. Assumir seu papel de mãe, sendo a que transborda doçura e aconchego, que orienta o outro na descoberta de si. Enfim, a mulher precisa descobrir-se como o coração da família; em torno dela tudo se ordena, se harmoniza, se unifica, se realiza, se organiza. Mulher, tu és graça de Deus para o mundo!

Que, a exemplo de Santa Gianna de Beretta Molla, toda mulher encaminhe seu coração a uma entrega total de amor em sua vocação. E que Maria, Mãe de Deus, seja nosso exemplo sempre de filha, esposa e mãe.

Clara Pascoal
Consagrada na Comunidade Pantokrator

Referências
(1) Cf. JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Mulieris dignitatem (A dignidade e a vocação da mulher), São Paulo: Paulinas, 1988.
(2) CROISSANT, Jo, A mulher sacerdotal (tradução Olga de Sá), Aparecida: Editora Santuário, 1995.

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