Não tem sido fácil a missão do professor nos dias atuais. A sociedade vem sofrendo as consequências de famílias cada vez mais desestruturadas, que geram filhos cada vez mais desestruturados. Há total ausência de limite e tal espectro reflete em nós, todos sofremos com isso.
O professor trava uma batalha em sala de aula para conseguir educar e ensinar. Muitas vezes também, se coloca na posição de vítima, quando ele deveria fazer a diferença. Há uma sociedade adoecida, que adoece as famílias e adoece os professores, que colaboram para uma sociedade malformada, à medida que tem sua formação deficiente. Tanto a formação humana quanto a formação acadêmica, e isso gera um ciclo vicioso.
O professor que deveria ensinar o aluno a pensar, a ser o sujeito de sua própria história, a fazer suas escolhas com responsabilidade, se torna o elo mais fraco da relação. Fica fácil perceber como isso se torna um problema. Mas o amor, palavra que hoje em dia perdeu o sentido, com certeza é a chave e a resposta.
O amor me ensinou todas as coisas
Sou professora de educação Infantil há 16 anos, já fui professora de Educação Especial, vice-diretora de escola e posso testemunhar que você só pode amar, quando faz uma escolha livre e consciente. Costumo dizer na primeira reunião de pais, quando começo o ano letivo, que sou professora por opção e amo o que faço. Assim como Santa Teresinha, posso dizer que: “O amor me ensinou todas as coisas” e continua me ensinando.
Quando encontro na minha frente aquele aluno difícil, com uma história complicada, que me desafia, eu respondo com amor. Olho nos olhos e empenho todo meu esforço para que tenhamos empatia. Interesso-me de verdade por ele naquele momento. Faço a experiência de imaginar que ele é Jesus, assim consigo amá-lo. Mas alguns dias são melhores que os outros.
Fé, Esperança e Amor
Por isso sempre medito a passagem de 1 Coríntios 13, me socorre e me ajuda a escolher viver esse amor:
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia, saiba todos os mistérios e todo o conhecimento e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma com que sou plenamente conhecido. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.”
Professor – Dar o que recebe de Deus
Tem que ser realmente um firme propósito. Assim, aos poucos, a cada dia, procuro me derramar na vida das crianças que passam pela minha vida. Esforçando-me para dar a elas aquilo que recebo de Deus.
Ainda tenho muito a crescer na virtude do amor, mas sinto que já comecei a trilhar essa estrada. Como postulante da Comunidade Católica Pantokrator, louvo a Deus pelo carisma da comunidade e por toda formação humana que tenho recebido. Com certeza, meu sim para vocação, frutifica a minha missão como professora, não por mim, mas pela graça de Deus.
Fiquem com Deus!
Thais Casarini
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator