Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor!

coração

Você já experimentou em seu coração um amor tão grande, tão forte, capaz de fazer arder a alma? Um amor que arde no peito e faz transbordar na vida uma profunda alegria? O nosso coração anseia por Deus, tem sede, desejo de amar e ser amado. “Sois vós, ó Senhor, o meu Deus, desde a aurora ansioso vos busco, a minh’alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja como terra sedenta e sem água!” (Sl 63).

“O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso” (Catecismo, 27).

A vocação cristã é o amor e quando nos encontramos com Deus, que é O próprio Amor, nossa vida se transforma, uma felicidade latejante faz brotar em nosso coração um único desejo: amar. Nada mais importa, senão amar a Deus em tudo e em todos, tudo passa a ser dom, nossas misérias e pecados são transformados pelo fogo do Amor Divino, tudo é recapitulado e voltamos à nossa essência.

Madre Teresa de Calcutá experimentou em sua vida essa realidade; é ela quem nos ensina que “um coração feliz é o resultado de um coração ardente de amor”. Sua íntima e constante união com Deus fez crescer em sua alma a necessidade de levar o amor como resposta. O amor por ela vivido não foi filantropia, mas verdadeira caridade cristã, um verdadeiro ato de amor a Deus. Assim também nós, abrasados pelo seu testemunho, devemos amar a todos, sem distinção, simplesmente porque o outro é meu irmão, filho de Deus.

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado” (Jo 13, 34). Aí está nossa referência de amor, o de Cristo que, “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo 13, 1). O mundo atual, deformado pelo hedonismo e egoísmo, fez do amor simples idealismo e “por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus” (Rm 8, 19). Ao recebermos o mandamento do amor a Deus, recebemos também como graça toda a capacidade de amar que nos é dada pelo Espirito Santo e esse é o desejo de Deus a nosso respeito: que levemos ao mundo o amor evangélico de Cristo, que é livre, total, fiel e fecundo.

Que o nosso coração arda de amor por Deus. Que essa ferida de amor ardente no mais profundo de nossa alma nos leve a viver como devedores do amor. Peçamos com toda humildade a graça de amá-Lo mais e mais, e traduzir esse amor na vivência concreta dos mandamentos, com toda intensidade da nossa alma, do nosso coração, da nossa vontade.

Um amor que se traduza nas coisas simples e pequenas da vida, no meu sorriso, mesmo quando não encontrar motivos para sorrir, nos meus ofícios diários, nos meus estudos, no trabalho, no lazer, na paciência com o próximo, na minha oração, nas atitudes de carinho e cuidado, pois nada adianta apenas dizer que amamos se não somos impelidos a amar uns aos outros. Que eu ame sem sentir, pois o amor é firme decisão. Que nossas misérias e limites humanos nunca apaguem em nós a força dessa graça. Que não sejamos traídos por nossos sentimentos que muitas vezes nos fazem indiferentes à dor e ao sofrimento do próximo.

O amor de Deus é constantemente derramado em nosso coração pelo Espírito Santo. “O amor se fez carne e habitou entre nós.” (João 1, 14), ou seja, Ele já assumiu a nossa natureza humana, Ele habita nosso coração, Ele é o amor que transborda a felicidade em nós e nos faz, com Ele, verdadeiros “deuses” para semear e plantar o Reino dos Céus no coração de cada homem e, assim, edificar aqui na terra a casa do Pai.

Vanessa Ozelin 
Consagrada na Comunidade Católica Pantokrator 

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