Quando nos colocamos na leitura da oração sacerdotal de Jesus dirigida ao Pai antes de sua morte, podemos perceber que é nítido que a unidade é seu grande projeto para o seu povo: “… Pai santo guarda-os em teu nome… afim de que sejam um como nós”. Jo 17,11.
Jesus intercede ao Pai por nós para que sejamos perfeitos na unidade e tenhamos a plenitude da vida. Ele manifesta a importância da unidade porque é desta forma que o mundo crerá n’Ele: “… para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim”. Jo 17,23. Aqui está um ponto chave. O mundo só vai crer se houver unidade. Talvez esse seja um fator determinante que impede que muitos se voltem para Cristo verdadeiramente hoje. Infelizmente, o sincretismo e relativismo religioso vão num caminho contrário a proposta de Cristo para o seu povo.
A unidade é fundamental para testemunharmos que Cristo está vivo e ressuscitou. Que Ele é o único Senhor! Sem a unidade, o mundo não vai crer em Cristo e é aqui que entra a importância da Igreja. Ela vem para fazer essa unidade acontecer. Ela é vem para ser o prolongamento de Cristo na terra sendo o Sacramento Universal da Salvação. Ela foi desejada e prefigurada no coração de Deus desde Abraão e preparada na história para congregar e convocar todos os povos a viverem unidos numa só família.
O profeta Isaías anuncia de forma sublime a respeito d’Aquele que irá estabelecer a verdadeira religião sobre a terra: “… faço repousar sobre ele o meu espírito, para que leve as nações a verdadeira religião – Is 42,1”. Vemos esta promessa acontecer quando Cristo funda sua Igreja sobre Pedro, para que ela seja este elemento visível onde os povos possam se reunir para celebrar esta unidade. “Eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”. Mt 17,18.
Outro fato importante na oração sacerdotal de Jesus é a verdade. Cristo evidencia a importância de sermos santificados por ela: “Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade”. Jo 17,17. A vontade de Deus é que nenhum dos homens possam se perder. Ele deseja que todos se salvem como disse São Paulo a Timóteo: “Deus, nosso Salvador… deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2, 3-4). Por isso Deus nos deu a Igreja para que ela anuncie e sustente essa verdade: “… saibais como deve porta-se na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade”. I Tim 3,15.
Neste tempo de relativismo e pluralismo religioso falar da verdade pode soar para alguns como agressivo e politicamente incorreto para outros, mas não podemos deixar de falar daquilo que o próprio Cristo nos comunicou. Para que essa unidade aconteça em sua plenitude como é o projeto de Deus para o seu povo é necessário à verdade. Crer na verdade é um elemento fundamental da fé católica, pois a verdade é e sempre será absoluta e não relativa. Nenhum pressuposto filosófico e teológico pode sobrepor à verdade que já foi revelada em Cristo Jesus para a salvação de todos por meio da sua Igreja.
Para que esta unidade aconteça de forma plena como Cristo quis é necessário que aja um só evangelho, Gal 1,7; um mesmo amor, uma só alma e um só pensamento, Fil 2,2; um só corpo, um só espírito e uma só esperança, Ef 4,4; assim como uma só fé e um só batismo, Ef 4,5.
Que Deus realize no meio de nós seu projeto de amor que é a unidade. Que Ele reconduza todas as suas ovelhas para o seu aprisco para que possamos viver unidos e fazer sua promessa acontecer: “… e haverá um só rebanho e um só pastor”. Jo 10,16. 7
Fábio Júnior
Consagrado na Comunidade Católica Pantokrator
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