História da Fundação

O primeiro mover de Deus

Após viver uma infância marcada pela prática da fé de sua família, André entra na adolescência e experimenta a crise dessa fé. Aquele Deus que era presente através de inúmeros sinais de bondade Se oculta, levando esse jovem a ter uma forte sensação de abandono d’Aquele que em sua infância parecia tão presente. Embora nunca perdesse o temor de Deus, uma profunda solidão interior apodera-se de sua alma, que se resseca até a ferida da mágoa pelo escondimento do Senhor da Vida. O El Shaddai, assim, levava-o a conhecer a profunda sede, para que tomasse consciência do sublime sabor de Sua bondade.
Em 1985, quando tinha apenas 14 anos, mas guardando um relacionamento íntimo de amor e revolta com Deus, a Graça Se derrama no coração de André. Após chegar, sem muito entusiasmo, de um encontro de jovens, André, em sua casa, em Campinas-SP, é tocado pela canção que canta o amor de Deus segundo Isaías 49, 14-15:
“Sião dizia: ‘O Senhor me abandonou, o Senhor esqueceu-me’. Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que esquecesse, eu não te esqueceria nunca”.
Comovido, sente a moção de abrir as Escrituras, quando a providência da ternura de Deus o faz deparar-se com o mesmo texto do cântico. Sua alma, abandonada e seca, num instante é inundada pelo amor de um Deus que parecia devorá-lo de tanto desejo. O bom Deus nunca o abandonara, mas apenas Se ocultava para que Sua manifestação de bondade gerasse o impacto da percepção clara de Seu amor devorador que o desejava até o ciúme.
Embora marcado pela força dessa experiência, André, em sua timidez, guarda-a no silêncio de quem não tinha entendido bem o que havia acontecido. Sabe apenas que fora curado e que um desejo de fidelidade como resposta a um amor tão sublime começa a tomar conta de seu coração. Ingressando no trabalho eclesial, André, aos poucos, vai amadurecendo o entendimento daquela experiência. Percebe que o desejo de Deus é por todo homem e mulher e que, portanto, todos são devedores da fidelidade desse amor. Todavia, deparando-se com uma realidade que negava tudo isso – o “mornismo” da vivência da fé católica e o indiferentismo do mundo – André se sente irremediavelmente incomodado e impelido a zelar pela fidelidade – na época, expressa pela palavra “renúncia” – ao Bom Deus.

Os primeiros passos da Fundação

Em setembro de 1990, na casa dos pais de André2, acontece a primeira reunião na qual estavam presentes outros irmãos, que durante o ano se aproximaram pelas mãos da providência Divina, irmãos que, embora no silêncio, sentiam-se movidos pelas mesmas moções, partilhadas com o fundador e os irmãos, as quais encontraram sentido em seus corações.
Permaneceram assim desde o período do final do ano de 1990 até meados de 1991. Nesse tempo, foram discernidas a vontade de Deus e as moções iniciais e também foi confirmado que se precisava deixar o Espírito criar uma estrutura comunitária que, dentre outros fatores, desse subsídio para o crescimento pessoal.
Foi nesse período que uma simples, mas significativa confirmação foi dada por parte de Deus pela Sua Igreja. Em fevereiro de 1991, o grupo inicial foi convidado pelo então capelão da Paróquia Santo Tomás de Aquino, pertencente à Arquidiocese Militar do Brasil em Campinas, Pe. Joaquim, a nela se inserir. Em 1997, sob a orientação de Dom Gilberto Pereira Lopes, então Arcebispo Metropolitano de Campinas, a Comunidade se vincula à Paróquia Divino Salvador, daquela Arquidiocese, cujo Pároco era Padre José Arlindo de Nadai.

O inicio da ação missionária

No fim de semana de 21, 22 e 23 de junho de 1991, tinha início o primeiro apostolado da Comunidade: um retiro para jovens, na Casa de Retiros Betânia. No final de semana seguinte, iniciou-se o grupo de oração. Com isso, concretizava-se o forte ímpeto evangelizador que tomava conta de seus corações: a moção de levar a todos, especialmente aos jovens, o conhecimento de Jesus vivo e a efusão de Seu Espírito. Logo se colocou em prática a genuína moção da fundação: não somente pregar o kérigma, mas formar e levar as pessoas à estatura da maturidade de filhos de Deus, promovendo, assim, a fidelidade a Ele. Foi, então, que o núcleo inicial começou a pregar retiros de aprofundamento (“níveis II e III” e para servos). Dessas primeiras sementes, o Espírito fez florescer outros apostolados, que foram constituindo a Obra El Shaddai.

As Formas de Vida

Desde o início a Comunidade era vivida na Forma de Aliança. Todavia, já nos primeiros anos da fundação, André sentia o mover da Forma de Vida Comum no interior da Comunidade. Após provações de toda espécie e sofrimentos interiores e exteriores, André e sua esposa, em fevereiro de 1998, tendo abandonado suas atividades seculares, passam a se dedicar exclusivamente à Comunidade, constituindo um primeiro germe da Forma de Vida Comum. Em Agosto de 1999, eles, juntamente com um casal, iniciam no seio da Comunidade a Forma de Vida Comum.

Sob a benção da Igreja

Em 30 de novembro do ano 2000, festa do grande Jubileu de Nosso Senhor Jesus Cristo e dia de Santo André Apóstolo, a Comunidade ganha o reconhecimento como Associação Privada de Fiéis, bem como a aprovação ad experimentum de seus Estatutos pelas mãos de Dom Gilberto Pereira Lopes, então Arcebispo Metropolitano de Campinas.

Mudança do nome da Comunidade

Em 2006, Deus chama a Comunidade a aprofundar-se no mistério missionário e recapitulador do Filho encarnado, que é Rei e Senhor, manifestado no ícone de Cristo PANTOKRATOR, sem, no entanto, em absoluto, deixar o mistério do El Shaddai, que fundamenta todo o Carisma. Nesse Chamado de se unir mais intensamente ao Filho, O Pantokrator, a Comunidade foi movida a mergulhar mais intimamente no dom da maternidade da Virgem Maria para a Igreja.
Acolhendo este mover de Deus, a Assembleia Geral, reunida em 12 de novembro de 2006, discerniu alterar o nome da Comunidade para “Comunidade Católica Pantokrator, o Filho da Virgem Maria”.

Aprovações eclesiásticas

No dia 08 de dezembro de 2006, solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Comunidade obteve a aprovação definitiva como Associação Privada de Fiéis, mediante Decreto de Dom Bruno Gamberini, então Arcebispo Metropolitano de Campinas.
No dia 08 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora do Ano Jubilar de 25 anos de sua fundação, a Comunidade obteve a aprovação definitiva de seus Estatutos, mediante Decreto de Dom Airton José dos Santos, Arcebispo Metropolitano de Campinas.

Estabeleceu-se o dia 30 de setembro de 1990 como a data de fundação da Comunidade Católica Pantokrator, o Filho da Virgem Maria.

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