A ética no ambiente de trabalho

É um cristão fervoroso? Missa diária? Reza o terço? Serve em alguma pastoral? Mas e o seu trabalho, como está? Pois bem, um bom cristão precisa entender porque é tão necessário ter uma postura ética no ambiente de trabalho.

Em primeiro lugar, precisamos compreender que o trabalho não deve ser algo tratado com peso, de modo que ficamos idolatrando a “sexta-feira” e os finais de semana, é necessário descobrir a beleza implícita na profissão. O trabalho é uma grande graça de Deus em nossas vidas, através dele obtemos nosso sustento, segurança, conforto, descanso, lazer e tantas outras coisas, mas para quem tem fé, vai muito mais além, o catecismo da Igreja Católica no parágrafo 378 vai dizer:

O sinal da familiaridade com Deus é o fato de Deus o colocar no jardim. Lá vive “para cultivá-lo e guardá-lo” (Gn 2,15): o trabalho não é uma penalidade, mas sim a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível.

Ou seja, através do trabalho você entra em comunhão com o próprio Deus ajudando a aperfeiçoar a criação visível, desta forma, todo tipo de profissão, seja ela qual for carrega em si uma singular dignidade. Nosso ambiente de trabalho pode ser chamado de “espaço teologal”, em outras palavras, o lugar de encontro com Deus, precisamos enquanto cristãos, transformar nosso trabalho em uma oração e é por isso que a falta de ética não cabe para a vida cristã.


Em toda missa na hora o ofertório os leigos são chamados a ofertar juntamente com o sacerdote, não somente os frutos do seu trabalho, mas também os sofrimentos, as lutas, os sucessos e fracassos e se unirem ao crucificado. É vivendo essa comunhão de intensa oferta e súplica que o Espírito Santo nos leva a cada dia a nos assemelharmos mais com Jesus.
Santa Teresinha tinha uma forma muito bela de transformar seus ofícios em oração. Diante de uma irmã com problemas de saúde, por exemplo, ela cuidava com toda a sua delicadeza e comprometimento, como se estivesse fazendo para Jesus, muito embora, diante da visão da fé, isso seja uma realidade. Sigamos o exemplo dessa santa, diante dos problemas, dos desafios, das injustiças, mantenha-se de pé, cumpra o dever sem fraquejar, coloque todo o seu afinco, pois quem está por trás dos seus colegas de trabalho, das suas autoridades, dos seus clientes, dos seus fornecedores, é Jesus. Se você faz limpeza, limpe para o Cristo que vive nas pessoas, se você é vendedor, venda com amor e honestidade, se você é operador mecânico, engenheiro, operador de máquinas, trabalhe como se o produto final seja para Jesus, se você trabalha na área administrativa, administre como se Jesus fosse o dono da empresa, se você trabalha com crianças, trate-as como trataria o menino Jesus.
Dentro dessa ótica, quanto mais nos convertermos, melhores profissionais seremos. Mas não caiamos na tentação de entrar em um relacionamento de barganha com Deus, exigindo que, se formos fiéis, mereceremos riqueza e sucesso. Por mistério, Deus dá os bens quando Ele quer, como Ele quer e o quanto Ele quiser, pois o salário que Deus tem para nos dar é muito maior que toda a riqueza deste mundo. Deus quer te pagar com a vida eterna e isso dinheiro nenhum pode comprar. Portanto, não caiamos em promessas de vídeos do YouTube que nos ensinam como enriquecer, muitas vezes utilizando de valores cristãos para embasar suas ideias. As riquezas que buscamos estão escondidas na Cruz com Cristo, onde a traça e a ferrugem não corroem e os ladrões não roubam.
Asseguro-lhes que se as motivações da sua ética no trabalho não forem provenientes do amor a Cristo, nas primeiras provações da fé, tornareis inimigos de Deus, pois os falsos deuses como o dinheiro e o sucesso profissional cobrarão sacrifícios, sua família, a Igreja, a vida de oração, boas amizades, enfim, aquela ética que te fez subir pode te fazer descer as profundezas da auto-suficiência onde Deus parecerá desnecessário diante do seu êxito.
Portanto, unamo-nos a São José que trabalhou dignamente para sustentar a Virgem Santíssima e o menino Jesus, que honrou a Deus através da sua destreza e responsabilidade, que em comunhão com o próprio Deus participou da redenção da humanidade, clamemos a graça do Espírito Santo para orientar a nossa razão e vontade, para que nos comprometamos de forma madura com aquilo que nos é solicitado, de modo que mesmo diante das provações escolhamos a Cristo ao invés do dinheiro e do sucesso e assim permaneceremos éticos segundo o coração de Deus.
Eis a missão do leigo: testemunhar de forma extraordinária no ordinário!

Lucas Sturion
Discípulo da Comunidade Pantokrator

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