Meditando sobre as capacidades do ser humano, vi que uns tem dons que outros não têm. Vi que muitos estudam, tornam-se doutores, tem altos cargos, muito poder de decisão, de governo, enquanto outros têm uma formação simples, ocupam cargos humildes (porém não menos honrados), vivem a obedecer.
Vi também que ambos se servem. Aquele que gastou sua vida estudando, pesquisando, gerenciando uma multinacional, por mais que tenha motivações e interesses pessoais, de um modo ou outro serviu aqueles que em sua simplicidade não tem tal conhecimento ou responsabilidade. Também aquele mais simples, que não possuem tanta formação, independente de quais motivos não os levaram a estudos ou a um cargo de maior responsabilidade, em suas atividades e trabalhos, serve os demais.
Isso evidencia que não há motivo de vergonha ou de orgulho, de se achar inferior ou superior. Não quero dizer com isso que o conceito de igualdade pregado pelo Marxismo seja válido. Muito ao contrário! As diferenças existem e são saudáveis! O que penso haver de igualdade é justamente o senso de generosidade e de gratidão entre os seres humanos! Aqueles que não são tão capacitados (como eu!) devem se alegrar, serem gratos, aos os que passam anos e anos de sua vida estudando, gastando-se em cima de livros ou em salas de reunião e em viagens infinitas, que arriscam seu patrimônio em um novo empreendimento ou no desenvolvimento de um novo produto. Agradecidos porque sabem que são beneficiados de tantos modos por tudo o que estes produzem, descobrem, inventam, decidem. Você já imaginou se tivesse que inventar seu celular ou seu computador, seu automóvel ou mesmo o ônibus que você toma todos os dias para trabalhar? Ou então se tivesse que ir a pés, se não pudesse em função disso conhecer outros lugares mais distantes? Ou se não pudesse falar com pessoas distantes porque não tem capacidade para inventar o telefone?
Por outro lado precisamos também cultivar a generosidade no servir com os dons que temos. Por mais simples que sejam nossos serviços, precisamos fazê-los em espírito de generosidade. Saber que os fazemos para alguém que precisa e por isso precisamos fazê-los bem! Creio que a inveja destrói nosso mundo de hoje! Quando me entristeço pela alegria, pelo sucesso, pela vida confortável que meu irmão vive isso corrói minha vida, meu coração e me fecha para generosidade e para a gratidão. Também para aquele que ocupa uma posição mais elevada, seja ela qual for, e se acha melhor por isso, deixando-se levar pela vaidade, isso o fecha a generosidade e a gratidão. Tudo isso gera um circulo vicioso que nós, como cristãos, precisamos romper!
Somos todos responsáveis, e ao mesmo tempo beneficiários esperançosos, de um mundo melhor, de termos uma vida mais feliz! Vamos gerar a cultura da gratidão e de generosidade, pela alegria e humildade, com gratidão e serviço.
Edgard S. Gonçalves
Consagrado na Comunidade Pantokrator
Uma resposta